sábado, 17 de setembro de 2011

17 de Setembro, os angolanos recordam heróis nacionais em modo particular António Agostinho Neto

A homenagem que hoje, dia 17 de Setembro, se faz ao primeiro Presidente do país, António Agostinho Neto, é extensiva, simbolicamente, aos demais heróis que tombaram no campo de guerra e que quiseram fazer de Angola um paraíso na terra, segundo Maria Eugénia Neto.

“Agostinho Neto foi o líder, mas uma luta não se faz sozinho”, disse Maria Eugénia Neto, a viúva do fundador da Nação. Na sua opinião, os outros heróis merecem ser homenageados, porque têm igualmente um valor muito grande, não só combativo, como também intrínseco à personalidade deles. 
Segundo Maria Eugénia Neto, uma vez estar ultrapassado o período em que “estávamos apenas virados para a defesa do território”, é altura de se falar mais dos heróis nacionais e dos seus feitos, para que se siga o exemplo e se descubram outros heróis.

“Estamos no bom caminho. Já temos uma Faculdade de Letras que pode fazer pesquisas e estudos sobre os nossos heróis. A União dos Escritores Angolanos já publicou várias antologias sobre Agostinho Neto e, às vezes, a TPA passa alguns pensamentos dele”.

Maria Eugénia Neto defende a divulgação da vida e obra de Agostinho Neto nos estabelecimentos de ensino. Conta, para justificar a sua posição, que ainda se recorda das imagens que tinha o seu livro de leitura na infância. “Por isso, penso que as nossas crianças e os jovens devem ter acesso a imagens, pequenas biografias, extractos de poemas e do pensamento de Agostinho Neto, que as possa orientar para a vida”.

Além disso, acrescenta, “temos de fazer com que os angolanos se sintam orgulhosos de terem tido um pai da nação como Agostinho Neto, uma pessoa honesta, criativa, cheia de energia, tenaz e, sobretudo, perseverante. Ele não se assustava ou desistia com as dificuldades”.

Igualmente, segundo a viúva, “Agostinho Neto tinha uma força interior fantástica. Ele deve ter tido receios como qualquer um de nós tem frente as dificuldades, mas procurava sempre ultrapassá-las e dar força aos outros para que acreditassem que eram capazes. E foram capazes. Os angolanos deram o melhor de si e venceram todas as forças mercenárias”.

No seu ponto de vista, a sociedade angolana, de um modo geral, tem grande interesse em reviver os ensinamentos de Agostinho Neto. Mas, acrescenta, a nova geração, de modo particular, ainda não se apercebeu da grandeza da sua obra e dos seus ensinamentos, que continuam úteis e actuais, por se adaptarem mais às coisas do presente.

“São poucos, desta geração, os que compreendem o que Agostinho Neto queria para este país”. Por esta razão, segundo Maria Eugénia Neto, foi instituída, a 4 de Setembro de 2006, uma fundação em homenagem a Agostinho Neto com o objectivo principal de promover a pesquisa e divulgação da sua vida e obra.

Maria Eugénia Neto, que assume a presidência da Fundação, deu a conhecer que a instituição, em um ano de funcionamento, publicou um livro intitulado “Agostinho Neto: uma vida sem tréguas - 1922-1979”, uma edição alusiva ao 25º aniversário da morte do fundador da nação e ao 30º aniversário da Independência Nacional. 

2 comentários:

  1. Eu fico muito feliz em poder receber este conhecimento que para nós, afro-descendentes brasileiros também é muito importante, visto que, a maioria dos escravos que construíram o Brasil foi levada de Angola. Sendo assim, esse ícone é também um ícone nosso. Parabéns Áulio Gomes pela importante matéria que postou.

    ResponderEliminar
  2. Só não é feliz a quele que não sabe o verdadeiro sofrimento.
    Eu não só niguem para disfazer desta ideia, Devo agradecer por eu existir neste Mundo e ter um conhecimento como este. Só Deus sabe.
    Vasco Kalunga Zuela.

    ResponderEliminar